Para encerrar as palestras presenciais do Employer Summit, os convidados Marcelo de Abreu, vice-presidente da Employer, Ricardo Burgos, vice-presidente de Pessoas em Segurança da AMIL, e Rafael Carmona, Business Engagement Lead – SOLA Procurement Director da Pfizer, reuniram–se no para discutir sobre RH Estratégico e Tecnologia.
Com ampla experiência em Gestão de Pessoas e Tecnologia, os três trouxeram reflexões valiosas sobre o papel do RH nesse cenário em constante transformação e sobre o futuro da profissão.
O RH e as tecnologias
Marcelo de Abreu deu início ao debate ressaltando que, no contexto atual, não há como retirar nem os humanos nem a tecnologia da equação do ambiente de trabalho.
Para ele, “gente e tecnologia são coisas que o mundo não vive mais sem“, por isso a importância de aprender a conviver com ambos. Inclusive, isso não é uma escolha, mas sim uma necessidade estratégica para empresas que buscam inovação e eficiência.
Além disso, Rafael trouxe outro ponto importante ao falar sobre o futuro do RH. De acordo com ele, o RH não irá desaparecer, mas sim evoluir
Afinal, nenhuma pessoa conseguirá fazer o trabalho que uma máquina faz, assim como nenhuma máquina irá realizar algo tão bem quanto a pessoa que sabe operá-la. Portanto, o futuro será moldado pela colaboração entre ambos.
Usando como exemplo o início da internet, Marcelo destacou como ela transformou o acesso à informação. Se antes as pessoas buscavam conhecimento com especialistas, hoje recorrem às ferramentas de IA, como o ChatGPT.
No entanto, Marcelo lembra que essas tecnologias não possuem duas características cruciais: discernimento e sabedoria. Assim, é justamente nesse ponto que o RH e os profissionais precisam focar: desenvolver a capacidade de interpretar a abundância de dados disponíveis. Ou seja, filtrar o que é realmente útil e aplicável no ambiente corporativo, afinal, a realidade já é essa.
O futuro das profissões
Com a rapidez das mudanças e com cada vez mais tecnologias disponíveis no mercado, é comum que os profissionais fiquem apreensivos.
Para Ricardo, as lideranças têm papel fundamental neste cenário de incertezas. Os líderes precisam desmistificar boatos sobre o futuro das profissões e trazer serenidade aos ambientes de trabalho.
Em tempos de ansiedade, aumentada pelo excesso de informações com a qual somos bombardeados todos os dias, é essencial que eles ajudem suas equipes a lidar com as mudanças, combatendo estereótipos e as preparando para um mercado de rápida evolução.
Sobre o assunto, Rafael questionou quais são as competências mais importantes para os profissionais do futuro. Para ele, a curiosidade e a capacidade de aprendizado contínuo são chaves nesse caso. É preciso saber onde estão as ferramentas e onde buscar as informações necessárias. Afinal, o mundo continuará mudando e é preciso se preparar para isso.
Rafael ainda enfatizou que o mercado de trabalho se tornará mais complexo, e aqueles que não estiverem preparados para isso perderão oportunidades.
Reinvenção
Marcelo então lembrou que as empresas lutam para automatizar processos para diminuir a força laboral e, assim, diminuir também os custos. Isso faz parte da história da humanidade.
Por exemplo, com a criação do caixa eletrônico as pessoas achavam que não existiriam mais funcionários nos bancos. Ou, ainda, que o atendimento de telemarketing seria reduzido a robôs. Em ambos os cenários isso não ocorreu.
Na verdade, está acontecendo apenas a automatização de processos passíveis a isso, liberando pessoas para outras funções. “É necessário desmistificar o uso das novas tecnologias“, Marcelo afirma.
Até porque o uso dessas inovações não visa substituir o humano, mas sim empoderá-lo e ajudá-lo a ser mais eficiente em outras áreas. Então, é necessário que os profissionais se adaptem a esta mudança.
Por isso, a importância da capacidade de reinvenção dos profissionais. Ricardo lembrou que as carreiras de hoje também são diferentes de como eram há uma década, e que os profissionais já vêm se reinventando ao longo dos anos.
A diferença, mais uma vez, está na velocidade com a qual isso ocorre agora. Contudo, é possível se aprimorar e agregar valor à função, continuando a se desenvolver à medida que o mercado de trabalho evolui.
Por fim, os convidados discutiram como a implementação de novas tecnologias pode reduzir custos operacionais para as empresas, resultando em produtos mais acessíveis ao consumidor final.
De acordo com eles, a tecnologia deve ser vista como facilitadora, que permite que o RH continue desempenhando seu papel essencial. Assim, garantindo que o toque humano permaneça presente nas decisões estratégicas.
Conclusão
Em resumo, o Employer Summit 2024 mostrou que o RH não só continuará existindo, como também assumirá um papel ainda mais relevante à medida que a tecnologia avança. A chave é a integração equilibrada entre humanos e tecnologia, com líderes preparados para guiar suas equipes por esse novo cenário.