No painel ‘Jovens Talentos – Construindo o futuro do negócio’, no primeiro dia online do Employer Summit, especialistas destacaram a importância de desenvolver e reter jovens talentos do mercado de trabalho. Este é um tema crucial para as empresas que querem estar bem preparadas para o futuro.
José Tortato, COO do BNE, e Samara Macedo, Head de RH na Froneri Brasil – Joint Venture entre Nestlé e R&R, trouxeram reflexões valiosas sobre o papel dos jovens na transformação das organizações.
A força dos jovens no mercado de trabalho
Tortato começou o painel afirmando que os jovens são a força motriz das mudanças no mercado. Afinal, eles se adaptam rapidamente a novas tecnologias, métodos de trabalho ágeis, e têm uma facilidade única em lidar com inovações.
Além disso, afirma que, como os jovens são multitarefas, normalmente se tornam muito produtivos. Portanto, possuem maior facilidade para se encaixar em culturas organizacionais que já trabalham com processos modernizados.
Samara complementa, reforçando que eles são verdadeiros agentes de transformação nas empresas. Com uma bagagem tecnológica natural, eles trazem iniciativas de modernização que impulsionam a organização a atingir novos patamares.
Cultura de aprendizado e tolerância ao erro
Um dos pontos principais do painel foi sobre a necessidade de criar um ambiente onde o erro não seja punido, mas visto como uma oportunidade de crescimento.
Tortato enfatiza que trabalhar com jovens exige uma tolerância maior aos erros, pois eles chegam sem muita experiência. Como estão ali também para aprender e dar seus primeiros passos no mercado, a empresa precisa saber lidar com isso e orientar:
“O papel da liderança e da cultura da empresa é mostrar que errar é natural.”
De acordo com Tortato, é função dos mais experientes desenvolver e ensinar esses talentos. Ele afirma que a liderança precisa mitigar os erros de forma a minimizá-los, sem desmotivar os jovens.
Samara enfatiza, falando que errar é uma parte fundamental do crescimento:
“Apesar de cometerem erros, o importante é que esses erros sejam solucionados rapidamente, gerando um aprendizado constante“.
A especialista reforça que, enquanto os jovens aprendem com seus erros, ensinam os mais experientes. Eles possuem uma visão de mundo e facilidade de adaptação, modernização e criatividade que são fundamentais para o desenvolvimento da equipe.
Ela complementa, dizendo que os mais novos precisam ter voz dentro das companhias para que se sintam parte do processo e contribuam com a evolução da empresa.
Desenvolvimento de talentos
No painel, os convidados destacaram a importância de programas estruturados para integração e desenvolvimento de estagiários, aprendizes e jovens talentos.
Tortato trouxe o exemplo das trilhas de conhecimento implementadas no BNE, como as Escolinhas de TI, DP, Financeiro e Atendimento. Ele comenta que essa abordagem específica e focada ajuda a moldar os jovens desde cedo, dando o conhecimento necessário em um ambiente seguro para testar e colocar em prática os aprendizados.
Samara também compartilhou a experiência de um programa de desenvolvimento de estagiários da Froneri, que não apenas integra os jovens à cultura da empresa, mas também os prepara para cargos efetivos no futuro.
“Quando eles chegam ao ponto de serem contratados, já sabem o que a empresa espera deles, quais são os processos e como entregar resultados“, ela afirma.
Além disso, Tortato comenta que, naturalmente, todos os profissionais sonham em se desenvolver na carreira. Porém, para isso é necessário que exista outra pessoa capacitada a ocupar sua função atualmente. Ou seja, é imprescindível desenvolver e dar espaço aos jovens para serem futuros líderes, assim todos os níveis conseguem evoluir e continuar crescendo.
Feedback e comunicação constante
Em relação ao desenvolvimento e acompanhamento de aprendizes e estagiários, tanto Tortato quanto Samara enfatizaram: o feedback é um dos pontos mais importantes para isso.
Além disso, o especialista diz que quanto mais jovem e mais júnior for o profissional, mais acompanhamento ele precisa. Portanto, é de suma importância ter reuniões como 1:1, daily e weekly.
Samara complementa, afirmando que, assim como eles devem ouvir a liderança, o contrário também é verdadeiro. Compreender os sentimentos dos jovens, as expectativas e os planos de futuro para, caso seja necessário, remanejá-los para alguma área que se identifiquem e gostem mais. Isso se torna uma oportunidade da empresa desenvolver e manter um excelente profissional.
Os convidados destacam que é fundamental investir em uma comunicação clara e direta, alinhando as expectativas, mostrando que eles podem crescer e se desenvolver dentro da empresa, mas que isso exige tempo.
Como as novas gerações possuem uma tendência ao imediatismo, é preciso explicar que mudanças e promoções vão acontecer, mas que variam de acordo com cada situação.
Conclusão
O painel deixou claro que cabe às lideranças desenvolverem programas estruturados de onboarding, feedbacks constantes e integração geracional para aproveitar da melhor forma esses novos talentos. Para os profissionais de RH, o desafio está em adaptar as estratégias e ferramentas para garantir que eles possam não apenas se desenvolver, mas também contribuir para o crescimento contínuo das empresas.
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