LinkedIn: com foto, título profissional e informações atualizadas, saiba como construir um bom perfil
Especialistas dão dicas de como trabalhadores podem se vender melhor a recrutadores
Ter um perfil no LinkedIn tornou-se praticamente uma regra não apenas para quem busca uma oportunidade de emprego, mas também para profissionais que querem se destacar e crescer na carreira. Segundo a rede social, no Brasil — terceiro maior mercado da plataforma —, há mais de 85 milhões de usuários ativos, com cerca de 150 mil novos participantes a cada semana. O crescimento reforça não somente a importância de montar um perfil atrativo, mas a necessidade de cuidados na forma de interagir na web.
Bianca Dramali, professora de Pesquisa de Tendências e Comportamento da ESPM e LinkedIn Top Voice, avalia que, atualmente, não estar no LinkedIn é o mesmo que não estar visível e acessível para empregos e oportunidades relevantes. Apesar de outras redes, como o Instagram, também serem utilizadas por profissionais, ela destaca que o LinkedIn, além de contar com uma comunidade voltada para interesses profissionais, oferece uma entrega mais orgânica a partir de conteúdos de valor.
— O LinkedIn exige até uma certa frequência, mas nem perto do que o Instagram exige de postagens. Então, com duas, três postagens por semana, já se consegue um alcance considerável. O LinkedIn ganha com a força do valor gerado pela rede. Então, não precisa cobrar da própria rede — explica Bianca.
Guilherme Odri, editor-chefe do LinkedIn Notícias Brasil, explica que o algoritmo da rede social é construído para “furar bolhas”, o que permite que um conteúdo chegue até mesmo a pessoas que não estão diretamente conectadas ao autor da publicação, sendo um meio de fazer networking (criar uma rede de relacionamentos profissionais).
— O LinkedIn é uma grande plataforma de conversação, e o algoritmo prioriza furar bolhas. Por isso, a rede social tem essa característica: se você curte o conteúdo de uma pessoa, aquele post vai aparecer para suas conexões. Da mesma maneira que, se você marca uma pessoa em um post, aqueles que seguem esse profissional também vão ver esse post. Mas é aquilo: grandes poderes, grandes responsabilidades — afirma Odri.
Cruzamento de informações com currículo
Uma pesquisa feita pelo LinkedIn mostrou que 65% dos usuários utilizam a rede para se candidatar a empregos no Brasil. Por outro lado, recrutadores recorrem à plataforma como uma extensão do currículo.
— O LinkedIn é uma forma rápida e prática de cruzar informações e, muitas vezes, revela detalhes que o currículo não traz. Quando há discrepância entre currículo e perfil, isso pode gerar dúvidas sobre a consistência do candidato — diz Élcio Teixeira, CEO da Heach RH.
Ele revela que um perfil que chama a atenção é aquele que transmite clareza, autenticidade e coerência com a posição desejada. Foto profissional, título objetivo e um resumo que destaque competências e resultados são fundamentais.
Marcelo de Abreu, presidente da Employer Recursos Humanos, destaca como a rede é utilizada: da divulgação e da ativação de vagas até a busca ativa de candidatos e a análise do perfil:
— Observamos com atenção o comportamento do usuário: se o conteúdo que compartilha é coerente com sua trajetória, se há consistência com o currículo e até aspectos como gramática, ortografia, tipo de conexões e publicações.
Comentários perigosos
Diante de um algoritmo que busca “furar a bolha” — ampliando o alcance não apenas de publicações, mas também de comentários e curtidas —, os usuários devem ter cuidado, apontam especialistas.
— É importante ter atenção ao que se curte. O LinkedIn é uma rede profissional, e tudo o que você faz ali comunica algo. Curtidas e comentários devem refletir a imagem que você quer construir como profissional — alerta Marcelo de Abreu.
Élcio Teixeira acrescenta que também é preciso cuidado na construção do perfil na plataforma. Segundo ele, perfis incompletos, uso de linguagem genérica ou excesso de jargões, ausência de foto profissional, falta de dados relevantes e inatividade prolongada estão entre os erros.
— Outro ponto crítico é o “copia e cola” de descrições de cargo. Isso empobrece a narrativa e não destaca as singularidades do profissional — diz.
Além disso, Bianca, da ESPM, cita que não se deve deixar para cuidar do perfil quando estiver procurando emprego. Esse é um dos erros mais comuns, segundo ela.
Como construir um perfil campeão
Tenha uma boa foto de perfil – Sua foto de perfil é o primeiro contato visual com recrutadores e colegas. É como se fosse seu aperto de mão virtual. Segundo o LinkedIn, perfis com foto são 21 vezes mais visualizados e recebem nove vezes mais pedidos de conexão. A imagem deve refletir sua atuação profissional e transmitir acessibilidade e autenticidade. Escolha uma foto de boa qualidade, com boa iluminação e postura adequada para seu setor.
Capriche no título profissional – O título que aparece logo abaixo de seu nome é essencial para que você se destaque nas buscas. Nesse espaço, é possível incluir cargo atual, especialidade ou palavras-chave de sua área. Um bom título resume quem você é como profissional e aumenta suas chances de aparecer em pesquisas feitas por recrutadores.
Escreva um resumo atrativo – O campo de resumo fica logo abaixo do título e é um dos primeiros itens que os recrutadores leem. Considere-o como uma minicarta de apresentação. Em até três parágrafos, conte sua trajetória, principais conquistas, interesses profissionais e objetivos. Use uma linguagem clara, com foco no que você pode oferecer.
Mantenha o cargo atualizado – Perfis com cargos atualizados têm até oito vezes mais visualizações, de acordo com o LinkedIn. Por isso, não se esqueça de atualizar seu perfil sempre que houver mudanças, mesmo que sejam pequenas promoções ou novos projetos.
Inclua sua formação acadêmica – Segundo o LinkedIn, perfis com instituição de ensino preenchida têm até 17 vezes mais chances de receber mensagens de recrutadores. Além disso, essa informação ajuda a criar conexões com ex-colegas e profissionais da mesma área.
Informe sua localização – Adicionar sua localização aumenta em 23 vezes a probabilidade de seu perfil ser encontrado no LinkedIn, informou a plataforma.
Lembre-se de suas habilidades – Não se esqueça de Incluir tanto habilidades técnicas quanto interpessoais.
Inclua trabalhos voluntários – Mesmo que você ainda não tenha experiência formal de trabalho, inclua atividades como voluntariado, intercâmbio, participação em projetos acadêmicos, cursos, idiomas e certificações.
Monte seu perfil em outros idiomas – Se você deseja trabalhar no exterior ou em empresas internacionais, é possível criar versões de seu perfil em outros idiomas, como inglês ou espanhol. Isso aumenta suas chances de ser encontrado globalmente.
Indique sua localização – Adicionar sua localização aumenta em 23 vezes a probabilidade de seu perfil ser encontrado no LinkedIn, informa a plataforma.
Interaja – Não deixe de interagir gerando valor — seja por meio de comentários, publicações ou ao seguir pessoas e páginas interessantes. Em relação às publicações, a professora da ESPM sugere compartilhar desde um livro que esteja lendo ou um evento profissional de que tenha participado até situações vividas no trabalho ou na faculdade.
Varie os formatos – Não se esqueça de diversificar os formatos das publicações. O LinkedIn oferece várias ferramentas — como texto, vídeo e enquetes — para criar um conteúdo relevante e gerar valor.
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