Júnior, pleno ou sênior: saiba o que muda de um nível para outro
Entender as classificações é importante para evitar frustrações durante processos seletivos
Apesar de comuns no mercado de trabalho, os termos júnior, pleno e sênior ainda geram dúvidas, principalmente na hora de se candidatar a uma vaga de emprego. Compreender essas classificações, no entanto, é essencial para evitar frustrações durante a participação em processos seletivos, principalmente sobre questões salariais.
— Compreender corretamente o nível profissional é fundamental para definir expectativas salariais realistas, buscar oportunidades alinhadas ao seu momento de carreira e desenvolver um plano de crescimento estruturado — afirma Amanda Carvalhal, especialista em Gestão de Pessoas.
De forma geral, o júnior está no início da carreira, com pouca experiência prática e necessidade de supervisão. O pleno tem mais autonomia, resolve problemas de média complexidade e apoia colegas. O sênior, com visão estratégica e alto domínio técnico, participa de decisões e resolve questões que impactam o negócio.
Faixas salariais
As faixas salariais variam segundo o segmento, o porte da empresa e a região, mas a progressão acompanha a complexidade de cada nível, diz Carolina Tzanno, gerente sênior de RH da Redarbor Brasil, grupo dono da Catho.
— O júnior recebe salários mais próximos da base da função; a remuneração do pleno já é mais competitiva e tende a se aproximar da média salarial daquela área; e o sênior pode receber (em média) o dobro do nível inicial — explicou.
Assim como os salários variam, o tempo de experiência, isoladamente, não é suficiente para determinar o estágio de carreira de um profissional. Segundo Carolina, em ambientes dinâmicos, alguns meses de atuação podem acelerar o aprendizado mais do que anos em contextos estáveis e simples.
Como acelerar a progressão de carreira
Apesar de não haver uma regra definida para a progressão de carreira, Marcelo de Abreu, presidente da Employer Recursos Humanos, explica que, geralmente, isso acontece com o tempo, à medida que o profissional adquire habilidades e experiência. No entanto, é possível acelerar esse processo:
— O profissional deve, de fato, se mostrar disponível e capaz de assumir tarefas mais complexas, com maior responsabilidade, e demonstrar evolução constante.
Por outro lado, há casos em que o profissional estagna em um nível. César Lessa, professor da Estácio especializado em Recursos Humanos e Gestão, afirma que essa estagnação é mais comum do que se imagina:
— Às vezes, é porque a empresa não tem um processo claro e eficaz; outras vezes, o colaborador não busca se movimentar para justificar as mudanças necessárias.
Abreu destaca algumas formas de evitar a estagnação da carreira e acelerar a evolução profissional: buscar feedback, participar de programas de capacitação, desenvolver um plano de desenvolvimento individual, aprimorar habilidades na mesma função e também adquirir novas para funções diferentes.
É arriscado mentir sobre nível profissional
Para Abreu, se um profissional se posiciona em um nível superior ao real — por exemplo, sendo pleno e se apresentando como sênior —, “a entrega exigida será maior do que ele está acostumado, tanto em termos de velocidade quanto de qualidade”.
Já Lessa compara a situação ao caso de um candidato que se apresenta como tendo “inglês intermediário”:
— Ao se apresentar com essa classificação, é natural esperar que o profissional seja desafiado a entregar o que essa nomenclatura implica.
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