O segundo dia do Employer Summit 2024, evento para profissionais de RH realizado pela Employer, começou com um tema de grande importância para as empresas: ‘A Preparação de Líderes para o Futuro’.
Para falar sobre o assunto, duas grandes profissionais foram convidadas ao palco: Ticiana Cavana, Diretora de Desenvolvimento Organizacional da empresa ScanSource Brasil, referência no mercado de TI no Brasil e no mundo; e Fernanda Cunha, Global HR Specialist Services & Support da Embraer, atualmente considerada a terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo.
Habilidades do líder
O painel começou com a visão das profissionais sobre como está sendo o processo de preparação dos futuros líderes.
Fernanda Cunha trouxe o conceito de “Leader for all”, ou seja, a importância de liderar para todos com um olhar mais humanizado para os indivíduos.
Assim, com o questionamento “Como eu consigo extrair de cada um dos meus funcionários o seu melhor?”, ela ressaltou a importância das lideranças estarem atentas e que precisam entender as particularidades de cada integrante da equipe para que seja possível atingir os melhores resultados.
Além disso, as especialistas ressaltaram a importância das soft skills. Enquanto as hard skills são mais fáceis de se desenvolverem com estudo e treinamento, Cunha enfatizou que é essencial trabalhar habilidades como a comunicação e empatia. Afinal, um bom líder sabe ouvir e captar as necessidades dos liderados, se posicionar, reconhecer o ambiente de trabalho e consegue traçar planos de desenvolvimento para seus colaboradores.
Ticiana Cavana continuou, reforçando a relevância de trabalhar a mudança de mindset dos novos líderes nesse processo para uma jornada mais humanizada:
“Vejo como o maior desafio hoje em dia, pois nós aprendemos de uma forma. Hoje o choque geracional nos desafia cada vez mais a entender estas realidades e como trazer um olhar mais humano nas relações, e também essa clareza de que o olhar humano vai nos apoiar em entregas sustentáveis“.
Como identificar futuros líderes
Dando sequência ao bate-papo, as profissionais falaram mais sobre como identificar nas equipes os colaboradores que têm perfil para assumirem papéis como futuros líderes.
Então, Cavana exemplificou como o uso da Gestão de Pipeline nesse processo pode trazer mais clareza na hora de selecionar os colaboradores e trabalhar as demais etapas de desenvolvimento deles.
Já Cunha ressaltou que esta identificação, e principalmente o desenvolvimento desses candidatos, devem ter participação conjunta entre o setor de RH e as lideranças. Também, a profissional pontuou que, além de identificar pessoas que tenham o perfil adequado e as skills necessárias, é preciso ainda buscar aqueles que possuem aspiração de se tornar líderes.
É preciso trabalhar um bom plano de sucessão, com os desafios previstos para o cargo e um plano de desenvolvimento customizado de acordo com os perfis selecionados. Assim, o colaborador estará preparado para quando a oportunidade surgir.
E quando identificamos que o profissional selecionado com potencial para assumir futuros cargos de liderança não tem um bom encaixe? O que fazer?
Ticiana reforça a necessidade de uma boa comunicação e compreensão de estilos de perfis. Conversar e dar devolutivas assertivas aos profissionais considerados para novas posições é essencial nesse momento.
Além disso, Cunha explica a importância de trabalhos direcionados para a liderança. Por exemplo, academias de formação dentro das empresas, e foco no desenvolvimento das soft skills, que podem ajudar a evitar esse tipo de cenário. Mas, caso isso aconteça, é sempre possível realizar um reajuste para tentar contornar a situação. Afinal, o processo é “vivo” e pode ser adaptado conforme necessário.
Contudo, segundo as especialistas, quando não é possível seguir em frente, é preciso cogitar retornar o profissional para sua antiga posição. Portanto, o RH e as lideranças atuais devem estar preparados para lidar com todos os cenários possíveis.
Ainda falando da importância das lideranças atuais na formação das futuras, as convidadas explicaram que, para dar o seu próximo passo, é necessário ter outra pessoa preparada para assumir sua antiga posição.
Por isso, um bom líder mostra o caminho para sua equipe, principalmente por meio de feedbacks. Porém, para Cunha, o protagonismo é essencial nesse momento. Para que aconteça, o colaborador deve também puxar a responsabilidade para si: “as pessoas devem ser protagonistas de suas carreiras”. E o líder humanizado irá ajudá-lo nessa jornada de autodesenvolvimento.
Conclusão
Para encerrar o primeiro painel do dia, Cavana e Cunha responderam dúvidas do público. Entre elas, se é necessário estabelecer um prazo mínimo e máximo para o plano de sucessão e como é possível utilizar o pipeline de liderança em empresas menores.
Por fim, ficou clara a relevância do planejamento das empresas na formação de seus líderes e como as soft skills desempenham papel fundamental na vida profissional daqueles que almejam alcançar tais cargos.
