O impacto da pandemia no mercado de trabalho inspirou muitas mudanças. Saber quais as tendências para 2022 vão ditar esse processo de desconstrução e reconstrução é essencial para que as empresas preocupadas com o futuro possam adaptar seus métodos.
Isso porque, de acordo com o Estudo Global de Tendências da Mercer, a repercussão na indústria profissional provocada pela COVID-19 mostrou que 34% dos funcionários pesquisados acreditam que seus empregos serão substituídos em três anos. 61% acreditam que seus empregadores estão preparando-os para o futuro e 55% estão confiantes que sua organização irá qualificá-los à medida que as transformações ocorrem. Em 2021 ocorreu o crescimento de vagas temporárias, impulsionadas por diferentes setores do mercado. Sua empresa está preparada para os desafios? Você, profissional de RH, tem um plano de estratégias elaborado?
Mudanças a curto, médio e longo prazo devido ao impacto da pandemia no mercado de trabalho
As mudanças a curto, médio e longo prazo são inúmeras. As sentidas imediatamente com a pandemia, talvez tenham sido as quedas de emprego formal (-4,2%) e informal (-12,6%). Nesse sentido, as ocupações de baixa escolaridade foram as mais afetadas. Acredita-se que houve uma redução de 20,6% no emprego de pessoas com até 3 anos de estudo, e de 15,8% no grupo de escolaridade entre 4 e 7 anos. Em contrapartida, houve um aumento de 4,8% no emprego de pessoas com 15 anos ou mais de estudo.
No ensaio intitulado “The Nature of Work after the COVID Crisis: Too Few Low-Wage Jobs” (“A natureza do trabalho após a crise da COVID: poucos empregos de baixa remuneração”, na tradução literal) uma dupla de pesquisadores no MIT analisaram que também haverão fortes impactos a médio e longo prazo.
Segundo os autores David Autor e Elisabeth Reynolds, antes da pandemia a criação de empregos era muito significativa. O problema nunca foi a falta de emprego, mas sim a baixa qualidade dos postos de trabalhos gerados, visto que uma parcela expressiva dos empregos se concentrava em atividades de serviços sociais caracterizados por salários baixos e ausência de proteção social. Os trabalhadores de classe intermediária foram particularmente afetados pela globalização e automação digital. A tendência é que a geração de bons empregos se torne ainda mais escassa.
Home Office como uma tendência desejada após o impacto da pandemia no mercado de trabalho
A pesquisa liderada pela Mercer, em 2020, cita Home Office como uma tendência desejada por 43% do mercado atual. Estudos indicam que, antes da pandemia, 15% das empresas eram home, agora, o número excedeu para 95%. O motivo? Houve um impacto de 67% na redução de custos, o aumento de engajamento cresceu para 61%, bem como o aumento de produtividade em 53%, e melhora de desempenho em 37%. Muitas empresas que não eram adeptas a esse modelo de trabalho sentiram as vantagens, tornando esse processo uma tendência fortíssima que veio para ficar. Estimativas citadas no estudo, baseadas em entrevistas com empregadores nos Estados Unidos, indicam que a proporção de dias trabalhados em casa deverá triplicar depois da pandemia.
E embora seja uma característica positiva para os profissionais com qualificação elevada, trabalhadores de menos qualificação de setores de serviços pessoais ligados à hospedagem, alimentação e transporte de serviço serão afetados pela baixa demanda de serviço.
Automação de processos e a transformação digital
A pandemia também acelerou a automação de processos e a transformação digital, tendo em vista que muitos empregadores descobriram como a internet pode ser um facilitador em absolutamente todos os âmbitos da esfera empresarial. Uma pesquisa realizada pela multinacional Deloitte mostrou que 56% das empresas pesquisas estão transformando seus programas de RH para alavancar ferramentas digitais e móveis. 51% das empresas atuais estão redesenhando as suas organizações para modelos de negócios digitais e 33% das equipes de RH pesquisadas estão usando tecnologias de inteligência artificial (AI) para fornecer soluções de RH. Além disso, 41% estão trabalhando na construção de aplicativos para fornecer serviços de RH.
Seja na utilização de métodos como Scrum ou Kanban, no uso de aplicativos de organização ou recursos tecnológicos como sites focados em processos de admissão digital e em terceirização de atividades repetitivas, a automação de processos tende a crescer significativamente, aumentando, inclusive, a demanda desses profissionais.
Foco no colaborador: oferecer o que o salário não paga
Em 2020 uma das maiores dificuldades foi o alto índice de óbitos causados pelo coronavírus. Sem contar o número de pessoas internadas. Isso fez com que elas ressignificassem seus propósitos. Pesquisas mostram que há um alto índice de demissão nos Estados Unidos nesse momento, demonstrando que as pessoas não querem apenas ganhar dinheiro, porque viram a importância da qualidade de vida. Agora é a hora de voltar o foco no colaborador: oferecer o que o salário não paga.
É a hora de repensar propósitos e prioridades das empresas para manter a motivação dos colaboradores em alta. Segundo a Mercer, 63% dos líderes de RH preveem uma estagnação no crescimento salarial, tornando esse processo de transformação de valores e cultura ainda maior. Tendências em alta, como gamificação, horário flexível e investir em uma guia de carreira tem se mostrado iniciativas benéficas e que com toda a certeza transformam a forma como trabalhamos.
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