Qual a diferença entre plano de carreira e plano de cargos e salários?
Entenda a importância de cada um para atrair e reter talentos em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo
Uma das estratégias empresariais para atrair e reter talentos é oferecer um plano claro e estruturado para o crescimento da carreira e incentivar o desenvolvimento de novas skills. Os planos de cargos e salários e o de carreira são muito utilizados para incentivar os colaboradores. No entanto, surgem dúvidas: O que é plano de carreira? E de cargos e salários? Qual a diferença entre os dois?
Plano de cargos e salários é, basicamente, um raio-x da estrutura de cargos existente. Para o seu desenvolvimento, é identificado cada cargo necessário, suas responsabilidades a partir do nível (júnior, pleno, sênior), bem como a mensuração dos salários adequados de acordo com aquela hierarquia proposta. Mesmo em uma empresa pequena, esse plano facilita a gestão da equipe e mostra aos colaboradores quais são as oportunidades de crescimento. Esse documento precisa ser montado a partir de especificações detalhadas de cada setor.
Já o plano de carreira é a estratégia que definirá todos os passos que os profissionais devem dar até atingir o seu objetivo. É a maneira de criar uma sequência lógica de evolução para cada profissional. Esse processo é especial porque cria um propósito para cada posição e defende valores e caminhos, com oportunidades para avançar.
Eis a diferença: o plano de cargos e salários é o documento que organiza a estrutura interna de funções e salários, enquanto o plano de carreira traça o caminho para cada colaborador caminhar, orientando-o.
Uma pesquisa realizada pela PageGroup que entrevistou mais de 900 executivos em cinco países, trouxe dados importantes sobre planos de carreira. Para os colombianos, mexicanos e argentinos, os planos de carreira são uma excelente estratégia. Já para os brasileiros, apenas 4% consideram essa estratégia eficaz. Cerca de 32% identificaram falta de plano de carreira nas empresas que atuam ou atuaram, 26% afirmou que existe, mas é de baixa qualidade. Como mudar essa realidade em nosso país?
A primeira coisa que a empresa precisa fazer é escolher a estrutura de plano de carreira mais adequado ao seu modelo de negócio, apresentamos a seguir cinco opções para análise:
- PLANO DE CARREIRA HORIZONTAL: essa estratégia não conta com a possibilidade de ascensão no nível hierárquico, pois todos os cargos estão no mesmo nível, com a evolução gradual das tarefas e das responsabilidades. Nesse caso, há uma melhora salarial a medida que o colaborador apresenta melhor desempenho;
- PLANO DE CARREIRA EM LINHA: nesse caso, os cargos e níveis hierárquicos são padronizados e, em muitos casos, promoções são automáticas e em função do tempo. É comum em cargos públicos.
- PLANO DE CARREIRA PARALELA: além do padrão de carreiras em linhas, a particularidade nesse perfil é que, desde o início na empresa, há profissionais com a possibilidade de atingir cargos de liderança e que seguem ramos hierárquicos diferentes. É o caso dos trainees.
- PLANO DE CARREIRA EM Y: enxergado como um plano tradicional, é quando algumas empresas oferecem um cargo de nível gerencial para os profissionais que se destacam em suas funções, por isso a bifurcação no caminho em determinado ponto, nascendo a possibilidade de seguir como especialista ou gerente da área.
- PLANO DE CARREIRA EM REDE: embora haja semelhança com o modelo em Y, existe nessa estratégia uma maior variedade de cargos para o profissional escolher, gerando estímulo em desempenhar funções que lhe agradam.
Planos de carreira são, com toda a certeza, um recurso inteligente para ter profissionais felizes e aplicados e, assim, garantir altas taxas de produtividade e sucesso dentro da organização. Cabe ao profissional de RH estar atento nessas e em outras mudanças que o futuro do mercado de trabalho reserva.