Entenda as vantagens da computação na nuvem para a sua empresa
As múltiplas vantagens da computação na nuvem (cloud computing) têm feito com que essa tecnologia seja cada vez mais adotada por organizações de todos os portes e em todos os segmentos. Alguns especialistas já apontam: a partir de 2021 ela deve superar a TI tradicional.
Apesar disso, 69% das empresas ainda não possuem estratégias maduras para cloud computing, de acordo com uma pesquisa da Cisco. Por isso, é preciso avançar para extrair resultados mais significativos e ainda mais vantajosos.
Se você é um gestor de TI antenado com esse movimento e quer se aprofundar mais no assunto, o artigo de hoje lhe será muito útil. Aqui vamos conversar sobre os benefícios da computação na nuvem para o seu negócio.
A ideia é que ao final da leitura você tenha uma percepção atualizada de como é possível extrair da nuvem benefícios como redução de custos, segurança da informação, otimização de processos e melhorias na gestão financeira.
Confira!
Entenda o que é a Computação na Nuvem
Vamos começar por definir o conceito de computação na nuvem. Ela nada mais é do que um modelo de utilidade no qual as empresas podem hospedar seus dados, processos, sistemas e hardwares em uma infraestrutura de TI fornecida por um provedor de serviços de nuvem e acessá-los virtualmente.
Se fossemos explicar em uma única frase, diríamos que a nuvem é apenas uma metáfora para a internet. Isso significa dizer que os recursos de tecnologia da informação, nesse modelo, são entregues e acessados via banda larga — isso permite a virtualização de quase todos os recursos tecnológicos, equipamentos (hardwares), inclusive.
Nesse modelo, a maioria dos recursos tecnológicos também pode ser adquirida em forma de serviço. Ou seja, em vez de obter o recurso como legado, a empresa passa a pagar mensalidades, assinaturas. Isso faz com que avanços aconteçam, sobretudo em relação ao controle efetivo de custos, ao ganho de mobilidade e à escalabilidade tecnológica.
Os três modelos de nuvem
A computação na nuvem é, basicamente, dividida em três modelos de nuvem. Eles se diferenciam entre si principalmente em termos de acesso e de segurança. Antes de mover os dados da sua empresa para a nuvem, portanto, é importante que você considere qual desses tipos funciona melhor para as suas necessidades:
Nuvem privada
A nuvem privada é aquela cujos serviços e infraestrutura são mantidos e geridos por uma única empresa ou por um terceiro que o faz com exclusividade. Essa opção reduz os riscos potenciais de segurança e controle — além de atender muito bem às empresas cujos dados e aplicações são partes essenciais do negócio.
Em outras palavras, ela é ideal para quando a organização precisa de um grau maior de segurança ou trabalhe com dados muito sensíveis. Ela é utilizada principalmente por grandes corporações (multinacionais e bancos, por exemplo), que proveem recursos de TI para suas unidades de negócio, pois permite um controle interno absoluto.
Nuvem pública
Na nuvem pública, os serviços e a infraestrutura são armazenados fora do ambiente corporativo e acessados por meio da internet. Nesse modelo, o armazenamento é gerido exclusivamente por uma organização externa, um provedor de serviços de cloud computing.
A nuvem pública é a que oferece o maior nível de flexibilidade e de redução de gastos. Isso porque, na prática, ela é compartilhada com diversas empresas — cada qual com seu nível de acesso e controle aos dados —, o que amortiza os custos. Seu caráter menos interno faz com que haja, ainda, muita desconfiança em torno do modelo público de nuvem.
Muitos executivos acreditam que confiar 100% de seus dados a um provedor pode torná-los mais vulneráveis. No entanto, a nuvem pública é o modelo mais indicado para empresas que querem ter mais acesso a recursos tecnológicos sem gastar muito.
Nuvem híbrida
A nuvem híbrida, como o próprio nome sugere, abarca as vantagens dos modelos públicos e privados. Ou seja, ela mantém uma nuvem interna e também é aberta à possibilidade de contratar serviços externos, dependendo das necessidades do negócio.
É possível, por exemplo, usar uma nuvem pública para o serviço de e-mail corporativo e softwares como serviço (SaaS), ao mesmo tempo em que os dados considerados muito sensíveis (sistemas de transações financeiras, entre outros) são protegidos no firewall de uma nuvem privada.
As principais categorias de serviços de computação na nuvem
O número de serviços baseados em cloud computing que podem ser adquiridos pelas empresas é cada vez maior. A maioria deles está abarcada em uma dessas três grandes categorias:
Software como Serviço (Software as a Service — SaaS)
Os softwares como serviço (SaaS) representam o maior mercado de nuvem e ainda estão em amplo crescimento. O SaaS utiliza a web para fornecer aplicativos que são geridos por um fornecedor de serviços de cloud, cuja interface é acessada pelas empresas clientes.
A maioria dos aplicativos de SaaS pode ser executada diretamente de um navegador web, sem downloads ou instalações necessárias — embora alguns possam exigir plugins. Por causa do modelo de entrega web, o SaaS elimina a necessidade de instalar e executar aplicações em computadores individuais.
Nesse modelo é fácil racionalizar manutenção e suporte, pois tudo pode ser gerido pelos provedores: aplicações, tempo de execução, dados, middleware, sistemas operacionais, virtualização, servidores, armazenamento e rede.
Infraestrutura como Serviço (Infrastructure as a Service — IaaS)
Infraestrutura como Serviço (IaaS) é o modelo de serviço de nuvem que permite que as empresas acessem, monitorem e gerenciem remotamente a infraestrutura de datacenter (armazenamento de dados, rede e serviços de rede — firewalls, por exemplo).
Em vez de ter que comprar hardware de imediato, os usuários podem comprar IaaS com base no consumo, semelhante ao que pagamos pela eletricidade ou outro faturamento de utilidade. Em outras palavras, nesse modelo a infra de TI e seus recursos são virtualizados e recebidos como serviços.
Plataforma como Serviço (Platform as a Service — PaaS)
Plataforma como Serviço (PaaS) é um modelo de serviço de nuvem que, como o próprio nome sugere, fornece uma plataforma aos desenvolvedores para que eles criem aplicativos e serviços por meio da internet. Os serviços de PaaS são hospedados na nuvem e acessados por usuários simplesmente por um navegador web.
O PaaS faz o desenvolvimento, o teste e a implementação de aplicativos de forma rápida e simples com baixo custo. Com essa tecnologia, a área de TI pode gerenciar sistemas operacionais, de virtualização, de servidores, de armazenamento, de rede e do software em si. Desenvolvedores, no entanto, gerem as aplicações.
Além disso, no modelo Plataforma como Serviço é possível contar com um leque maior de ferramentas e bibliotecas oferecidas pelo provedor. Isso dispensa a compra, configuração e gerenciamento de recursos de hardware e software necessários para a área de desenvolvimento.
Conheça as quatro maiores vantagens da computação na nuvem
O Gartner aponta que, até o final de 2016, a nuvem pública deve ser responsável pela movimentação de cerca de US$ 208 bilhões em todo o mundo. Na América Latina, os produtos e serviços oriundos dela serão adotados num sentido mais amplo e profundo, gerando investimentos em torno de 3,6 bilhões de dólares.
O mercado brasileiro é o consumidor de cerca de 45% desse montante, de acordo com a IDC. E mais: até 2017, a cloud computing deverá gerar no Brasil um faturamento em torno de US$ 1,1 bilhão, conforme um relatório da consultoria Frost & Sullivan, o que nos coloca num ponto de atenção do mercado mundial de TI nesse quesito.
Essas estimativas e estatísticas superlativas têm algumas razões para existir. Elas são resultado da percepção das principais vantagens da computação na nuvem pelas organizações. Veja algumas delas:
Redução de custos eficiente: transição do custo fixo para variável
Além da visão óbvia de que a nuvem reduz custos por tirar das empresas as tradicionais preocupações com aquisição de infra, é importante saber que esse novo modelo de computação também acrescenta novos fatores na equação do retorno do investimento (ROI).
Isso faz com que as empresas precisem pensar além do reino de itens como a aquisição de capital, licenciamento de software e depreciação. Os usuários pagam apenas pelo que utilizam com um software no modelo SaaS, por exemplo, e isso também é útil para prever e visualizar exatamente o que será gasto.
Outro benefício em relação ao custo primário da nuvem é a capacidade de escalar (aumentar ou diminuir os recursos) rapidamente, conforme a necessidade da empresa. Assim, em épocas de menos demanda por armazenamento de dados, por exemplo, a empresa passa a pagar menos e evita concentrar recursos obsoletos que exigem gastos desnecessários.
A computação na nuvem cria um retorno significativo do investimento e proporciona cortes de gastos com energia, licenciamento e custos administrativos. Além disso, permite ao pessoal de TI trabalhar em demandas mais estratégicas e urgentes.
Não é errado dizermos que a cloud computing é um investimento transformacional, em todos os sentidos da palavra, pois dá um acesso mais rápido e ampliado à tecnologia, ao mesmo tempo em que traz economia financeira efetiva.
Segurança de dados para a empresa: melhores práticas, pessoal capacitado e ferramentas de ponta
A segurança da informação é, muitas vezes, apontada como uma das maiores preocupações dos gestores de tecnologia e negócios na hora de escolher ou não a computação na nuvem. No entanto, essa dúvida vem sendo resolvida com facilidade nos últimos tempos.
Em 2014, quando a cloud computing não tinha a aderência que tem hoje, um estudo, realizado nos Estados Unidos, concluiu, dentre outras coisas, que “os provedores de serviços de nuvem públicas e privadas devem criar e comunicar as políticas de segurança para serem considerados um parceiro valioso”.
De lá para cá, a consolidação da indústria de TI especializada fez com que as preocupações diminuíssem, de modo que as empresas conseguissem absorver melhor as provas de que a segurança da informação é, na verdade, fortalecida com a nuvem. A seguir, veja algumas provas de que a computação na nuvem pode melhorar a segurança dos dados das empresas:
Melhores práticas
Bons provedores de cloud são aqueles que atuam com as práticas e as metodologias já conhecidas e amplamente utilizadas em todo o mundo. Isso pode ser confirmado através das certificações e demais tipos de reconhecimentos que os fornecedores obtém de órgãos internacionais — como o Gartner e outros.
Equipe capacitada
A maior parte dessas melhores práticas exige que as empresas invistam muito na capacitação de seus colaboradores para conseguir executar tudo internamente. Ao contratar um provedor, porém, este se encarrega de ter especialistas em segurança da informação na nuvem.
Capacidade técnica
Como sabemos, para garantir a segurança dos dados é preciso trabalhar com as melhores ferramentas, especialmente no que diz respeito à criptografia. O poderio técnico dos bons provedores de cloud computing garante que eles saiam na frente e consigam evitar a vulnerabilidade dos dados com muito mais eficácia do que a maioria das empresas consegue fazer internamente.
Otimização de processos: condições para melhorias na governança
No que diz respeito aos processos corporativos, tanto na área de TI quanto de negócios, a cloud computing também traz imensas vantagens. Isso fica mais evidente se considerarmos que, com a nuvem, a empresa consegue implementar soluções e serviços de tecnologia com um custo muito reduzido. Além disso, ela ganha muito mais rapidez e flexibilidade para adaptar os recursos conforme suas necessidades
Com a nuvem, a área de TI consegue mais eficiência com centralização de armazenamento, processamento e compartilhamento de memória. Muitos aplicativos e arquivos, por exemplo, deixam de exigir instalação e armazenamento nos computadores e o compartilhamento dos dados fica mais fácil e rápido.
Tudo isso cria o ambiente perfeito para que os processos da área de TI possam ser ajustados e otimizados. Da mesma forma, ao ter mais facilidade de implementar soluções de gerenciamento e controles administrativos, os processos operacionais do negócio tendem a melhorar. Ou, ao menos, encontram um terreno mais fértil para que isso aconteça.
Gestão financeira inteligente: ferramentas e abordagem mais analíticas
As razões para considerar a nuvem como um importante apoio à gestão financeira incluem desde a perspectiva de um ambiente de TI simplificado até a flexibilidade tecnológica. Isso traz economia de dinheiro e mais rapidez nas tomadas de decisão.
Uma gestão financeira baseada em serviços e ferramentas na nuvem tem inúmeras vantagens, que incluem mobilidade, agilidade no fechamento de negócios e possibilidade de acesso a sistemas mais robustos e modernos.
Ao contar com uma infraestrutura virtualizada, a área de finanças consegue ter acesso a dados de todos os âmbitos do negócio para cruzá-los e analisá-los das mais diversas formas. Isso eleva a forma como é gerida a controladoria financeira e traz mais precisão, segurança da informação e previsibilidade.
Além disso, soluções de finanças na nuvem têm melhor desempenho e causam menos aborrecimentos por conta de todo o aparato tecnológico que o provedor tem. Outro aspecto ainda é a rapidez com que upgrades podem acontecer (em tempo real, normalmente).
Com isso, gestores e analistas de finanças podem manter o foco no core business e ter a certeza de que terão as ferramentas necessárias sempre disponíveis e em excelente estado de funcionamento.
Veja alguns conselhos para mover sua empresa para a computação na nuvem
Aqui vão alguns fatores que você deve considerar antes de migrar a infraestrutura de TI da sua empresa para a nuvem:
Prepare toda a organização para a nuvem
Como a paisagem de computação na nuvem se expande, o mesmo acontece com a terminologia utilizada para descrevê-la. É muito importante que o conhecimento em torno da nuvem não fique somente no campo técnico dominado pela área de TI.
Os executivos de negócios e até os usuários também devem entender o que é e como a cloud computing será usada pela empresa, pois ela, certamente, trará quebra de paradigmas. Oferecer informação e envolver todos os colaboradores em torno desse modelo novo de infraestrutura tecnológica é evitar que haja um choque cultural e que as pessoas fiquem resistentes à mudança.
Saiba quais são os serviços de nuvem necessários
Você está procurando armazenamento de dados? Compartilhamento de arquivos? Software como um serviço? De que tipo de segurança você precisa? É importante que a empresa saiba, mesmo que basicamente, quais são as suas necessidades em relação à computação na nuvem.
Isso ajuda na hora de escolher o modelo de nuvem, os serviços e até a avaliar um provedor cujos valores e modo de trabalhar se alinhem ao negócio.
Encontre o melhor fornecedor e o abrace como parceiro
Seu relacionamento com o prestador de serviços de nuvem deve ser encarado como um “casamento”. Ele se tornará parte da sua empresa. Será preciso total alinhamento e o cultivo de um relacionamento de mútuo benefício.
Estabeleça metas
Defina suas metas na escolha de um serviço de nuvem e compartilhe essas metas com seu provedor. Se ele sabe quais são os seus objetivos com os recursos e serviços que fornecem, ele poderá oferecer novas alternativas ao longo do relacionamento comercial estabelecido.
Priorize a segurança
Segurança é uma das principais razões para as empresas adotarem a computação na nuvem — e uma preocupação que elas não podem deixar de ter. É muito importante que você conheça quais são as potenciais ameaças às operações do seu negócio para se certificar de que seu provedor pode entregar o nível de segurança necessário.
Também é importante que o time interno de TI e os usuários façam sua parte ao cuidar das chaves de acesso, por exemplo. No quesito segurança, a parceria com o fornecedor de cloud também é fundamental.
Vá devagar na migração
A pressa deve desaparecer quando se trata de cloud computing. O mais indicado por especialistas no mundo todo é que a migração seja gradual, indo das áreas e serviços menos críticos para os mais sensíveis.
Acostumar os usuários e o time interno de tecnologia, testar a eficácia dos serviços e ajustar o relacionamento com o fornecedor são cuidados que devem ser tomados.
Não abra mão de treinamento e suporte
Aplicativos e serviços baseados em nuvem só vão beneficiar o seu negócio se seus colaboradores souberem usá-los.
Olhe para os provedores que têm excelentes histórias de treinamento e suporte (converse com seus atuais clientes, investigue sua reputação no mercado). Isso vai fazer toda a diferença na hora de garantir que você terá todo o apoio necessário.
Feche um bom acordo de nível de serviço
Além dos contratos, os acordos de níveis de serviço (SLA) também devem ser cuidadosamente analisados ao migrar para a nuvem. É no SLA que devem estar minuciosamente descritos todos os compromissos do provedor no que tange à realização de seus trabalhos e também as responsabilidades da empresa cliente. Daí a importância de verificar com critério e, se necessário, solicitar ajustes antes de assinar.
A computação na nuvem e o sucesso das organizações — uma conclusão
Uma pesquisa realizada com 1.300 empresas na Inglaterra e nos Estados Unidos constatou que 88% dos executivos apontaram a redução de custos como o principal motivo para aderir à computação na nuvem — 56% deles concordaram que os serviços baseados em nuvem têm ajudado a impulsionar seus lucros.
Além disso, 60% dos participantes do estudo disseram que a cloud computing reduziu significativamente a necessidade de que suas equipes de TI fizessem manutenções na infraestrutura, dando-lhes mais tempo para se concentrar na estratégia empresarial e inovação.
Esses dois mercados — o norte-americano e o inglês — são os mais maduros quando falamos dos movimentos tecnológicos que compõem a chamada “era da transformação digital” — que abrange também o Big Data, a Internet das Coisas, a mobilidade, entre outros.
Logo, o olhar destas organizações em relação à nuvem tem muito a nos dizer sobre como devemos percebê-la também aqui no Brasil. Como vimos ao longo deste artigo, muito mais do que gerar economia, as vantagens da computação na nuvem representam avanço tecnológico e proporcionam um ambiente favorável à inovação na governança das empresas.
Conhecer estes benefícios é um excelente passo, pois ajuda a desmistificar o assunto e a colocá-lo em um lugar mais prático e acessível. O que você achou do texto? As dicas aqui apresentadas te ajudaram?
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