A importância do RH na saúde mental dos trabalhadores

A importância do RH na saúde mental dos trabalhadores

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A importância do RH na saúde mental dos trabalhadores

Saúde mental é um tema tabu para muitas pessoas. Porém, nos últimos anos, o tópico vem se popularizando bastante – principalmente com a pandemia que está ocorrendo desde março de 2020.

Nesse momento, é essencial falar sobre isso para que seus colaboradores saibam como prevenir o adoecimento. Mesmo de longe, é possível adotar medidas na empresa para conscientizar a equipe e discutir a importância do tema.

Por isso, nesse mês de junho, a Employer trouxe três profissionais para conversar sobre a importância do RH na saúde mental dos colaboradores.

Conheça os especialistas:

  • Simone Miquelin, Bem-estar Emocional e Financeiro na empresa Klabin
  • Rogério Balbinet, Engenheiro de Segurança do Trabalho no RSData
  • Luiz Eduardo S. Filho, Médico do Trabalho

Continue lendo para entender melhor sobre o debate. Para assistir o Webinar na íntegra, clique aqui.

Este é o momento para falar sobre saúde mental

Segundo Simone Miquelin, a OMS afirma que, antes da pandemia, os principais motivos de afastamento do trabalho estavam relacionados à saúde mental do trabalhador. Apesar de ainda não existirem estudos concretos sobre isso desde a chegada do coronavírus, com certeza esse número só aumentou. A adoção do home office criou uma distância ainda maior entre a vida pessoal do colaborador e o ambiente de trabalho.

Falar sobre saúde mental com as equipes internas é um ponto “positivo” que a crise sanitária trouxe. Como afirma Miquelin, “Falar sobre isso cada vez mais dentro da organização vai nos ajudar muito no processo de prevenção”. Isto é, a discussão não só ajuda quem está doente, mas ajuda também a evitar que outros adoeçam.

O tema deve deixar de ser um estigma. Segundo o Dr. Luiz Eduardo, devemos falar sobre isso assim como falamos sobre doenças socialmente aceitas, como por exemplo a gripe ou o próprio coronavírus.

Porém, não é só a conversa que deve ser implantada no dia a dia. Um ambiente de trabalho insalubre também afeta diretamente o emocional do trabalhador. Para resolver esse problema, é possível utilizar metodologias como o BI, business intelligence, e aplicar o cruzamento de dados para melhor entender o que pode ser melhorado naquele espaço e quais as soluções que podem ser pensadas para alcançar esse objetivo.

Sobre isso, Rogério explica: “Hoje um bom software consegue pegar todos esses dados […] e o profissional pode buscar essas informações praticamente instantaneamente […] podendo trazer as soluções mais rapidamente.”.


Desafios dos programas de saúde dentro das empresas

Mesmo que algumas instituições criem programas de saúde, ainda existem dificuldades a serem enfrentadas sobre a aplicação e alcance deles. Um deles é o adoecimento de dependentes. Muitas vezes, o colaborador pode estar bem mas um familiar próximo está com problemas e isso afeta diretamente na produtividade do primeiro.

Isso implica em faltas e, mesmo que ele vá trabalhar, seu desempenho não será o melhor de todos e situações complicadas podem surgir por causa da preocupação que ele estará sentindo. “Preocupado com a saúde de quem está em casa, ele é mais vulnerável aos acidentes e produz menos.”, explica Luiz Eduardo.

Segundo os convidados, é importante que as empresas aprendam a olhar o global do ser humano. Isto é, seu bem-estar, mas também o bem-estar das pessoas próximas a ele, os problemas financeiros que ele pode estar passando, etc.

Outra complicação que o home office e o isolamento social trouxeram foi o aumento do uso de substâncias como antidepressivos e ansiolíticos, além do álcool e outras substâncias ilícitas. É importante reiterar a necessidade da terapia para a real solução desses problemas. “O aumento vem muito da necessidade de um escape do que a gente vem vivenciando […] quando você só usa uma medicação e não parte para um processo terapêutico, na verdade você está tratando só o sintoma e não a causa.” diz Simone.

Ações que podem ser aplicadas no dia a dia

Entender e ensinar sobre saúde mental é o primeiro passo. Porém, existem algumas ações que podem ser aplicadas dentro da rotina da instituição que podem contribuir para uma melhora na saúde mental dos colaboradores.

A primeira é criar uma equipe com médicos, psicólogos e business partners para que, juntos, possam discutir soluções efetivas. Assim, sua equipe tem acesso a recursos recomendados por especialistas que sejam adequados à realidade do grupo.

Além disso, é importante incentivar workshops com as lideranças. Isso porque são essas as pessoas que lidam diretamente com os colaboradores e, portanto, é essencial que eles saibam como abordar esse tema e se mostrem abertos a ajudá-los. Vale ressaltar que o gestor também é um ser humano, isto é, ele também deve ter acesso à recursos para melhorar seu emocional e lidar com a pressão de suas atividades.

Simone também evidencia a importância de rodas de conversa frequentes. Dessa maneira, as equipes podem conversar sobre o que está acontecendo. Muitas vezes, ouvir os problemas de outras pessoas incentiva os indivíduos a compartilharem sobre suas vidas. Isso também ajuda a melhorar os programas de saúde dentro da empresa, uma vez que nessas discussões sempre surgem pontos sobre o que deixa os empregados insatisfeitos dentro do ambiente de trabalho.

Um adendo que deve ser feito é que essas reuniões devem acontecer dentro do horário comercial. Miquelin reafirma: “Se eu valorizo o bem-estar, eu não posso marcar algo fora do horário de trabalho. Fica contra aquilo que a empresa está pregando para as pessoas.”.

Como a motivação pode fazer toda a diferença

Finalmente, deve-se prestar muita atenção na motivação dos colaboradores. Isso porque o ânimo para trabalhar pode ser o fator que previne o adoecimento. “A gente sabe que a motivação é um aliado muito importante […] a gente vê em algumas indústrias automobilísticas o orgulho do trabalhador ‘eu faço parte desse veículo, esse veículo é fantástico’. Essas pessoas mantêm a ‘sanidade’, porque elas estão trabalhando com um objetivo”, afirma o doutor.

Isto posto, é imprescindível trabalhar em projetos para manter a motivação e o ânimo do colaborador. Isto é, que ele goste do que faz e que o salário seja apenas uma forma de sobrevivência. Quando as pessoas se sentem parte de algo, é muito mais fácil levantar para ir trabalhar – isso está bastante relacionado à visão global do ser humano, que citamos nos parágrafos anteriores.

Todavia, de nada adianta tentar essa abordagem quando o ambiente de trabalho não é adequado. É preciso entender quais produtos podemos trocar para diminuir certos componentes tóxicos, melhorar a ventilação do local caso seja preciso, etc. Sobre isso, Balbinet palpita: “Deixar aquele ambiente salubre […] eu vejo as empresas negligenciarem essa área de segurança de trabalho […] é preciso sempre pensar na consequência: por que o trabalhador está sentindo essa dor onde ele está trabalhando? Vamos ver o local de trabalho dele!”.

Os convidados finalizam dando importância ao processo de explicar à sua equipe por que estão falando sobre saúde mental e a importância do tema. Explique sobre o tema antes de iniciar a aplicação de programas e ações.

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