Cresce o número de mulheres ativas no agronegócio no Mato Grosso do Sul
Entre 2020 e 2023, mais de 800 mulheres foram contratadas para atuar em posições como auxiliar administrativo de safra, classificadora de grãos, operador (a) de produção, entre outros
Considerado como um dos segmentos com maior capacidade de crescimento econômico no Brasil, o agronegócio tem acompanhado um aumento na participação feminina no setor, visto que, as mulheres têm conquistado cada vez mais oportunidades e se destacando em posições de gerenciamento, técnicos, especialistas e operacionais.
No estado do Mato Grosso do Sul, o número de mulheres contratadas para atuar durante o período de safra vem crescendo ano após ano. O Estado possui 14 municípios dentre os 100 mais ricos do agronegócio brasileiro, somando R$17,8 bilhões em lavouras, impulsionado, principalmente, pela cultura da soja e do milho.
De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul) com dados do Ministério do Trabalho e Previdência, a participação feminina em atividades agrícolas cresceu 109% entre 2010 e 2020, no Mato Grosso do Sul, passando de 1,1 mil mulheres para 2,4 mil.
Ana Lia Coletto, gerente de Recursos Humanos da Employer em Campo Grande, é uma das mulheres que tem contribuído para a transformação do agronegócio no estado. “Acredito no potencial do Mato Grosso do Sul e nas relações entre empresa e trabalhadores que podem gerar cada vez mais empregabilidade em diversos setores advindos do agronegócio. Enquanto houver empresas que precisam de pessoas e pessoas que precisam de oportunidade, nós iremos mediar essas conexões”, afirma.
Com uma forte atuação em cidades como Sidrolândia, Chapadão do Sul, Maracaju, Camapuã, São Gabriel do Oeste e Sonora, a executiva conta que, cada vez mais, as mulheres estão ocupando espaços. “De 2020 e 2023, contratamos mais de 300 mulheres para operações de mão-de-obra temporária nas safras e mais 500 para operações em frigoríficos, em posições como auxiliar de serviços gerais, auxiliar administrativo, auxiliar de operador, classificadoras de grãos, operadoras de produção e auxiliar de Recursos Humanos. Existem muitas histórias de protagonismo feminino”, diz.
É o caso, por exemplo, de Sabrina Zottos, mãe de três meninos e conta que nunca havia trabalhado no setor do agronegócio até que viu a oportunidade de trabalhar em um multinacional na safra de soja como auxiliar administrativo. Ela afirma que não teve medo, mas um pouco de receio por não ter experiência na área, por um lado, e trabalhar com um público masculino, formado por motoristas, produtores, fornecedores, sendo mulher, por outro. “Isso é 100% desafiador”, afirma.
Entretanto, a profissional não encontrou dificuldades, problemas ou preconceito no que diz respeito ao tratamento recebido pelos colegas. “Do tempo que trabalho, pude observar que o agronegócio ainda é ocupado, a maior parte, por homens e que poucas mulheres atuam como motoristas, por exemplo, que é o público que mais tenho contato. Apesar disso, fiquei surpresa por todo acolhimento”, afirma.
Direitos do Trabalhador Temporário
Na modalidade temporária, o trabalhador tem anotação em carteira e os direitos assegurados pela legislação 6.019/1974. Dentre os direitos, estão inclusos pagamento de horas extras, descanso semanal remunerado, 13o salário e férias proporcionais ao período trabalhado. Ele recebe 8% dos seus proventos a título de FGTS e o período como temporário conta como contribuição para a aposentadoria.
Vale ressaltar que na legislação, o trabalhador temporário pode ser contratado por até 180 dias, com a possibilidade de prorrogação por mais até 90 dias. A efetivação pode acontecer a qualquer momento desse período. Junto à Previdência, o trabalhador temporário também tem todos os direitos garantidos, desde que se respeite a carência mínima exigida para o pagamento dos benefícios.
Sobre a Employer
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